Há quase um ano que ela é “cliente” assídua do hospital,
entre consultas, exames, biópsias e cirurgias, mas sempre com a esperança que
tudo seria fácil, aguardando, sem preocupação, tal como lhe diziam, que não
seria nada.
Até que, finalmente, chega o dia, o dia em que
verdadeiramente saberia a luta que teria de travar.
Descontraidamente, entrou no consultório, estava confiante,
sorriu, mantendo o bom humor. Não desarmando, persentiu que afinal o seu otimismo
se iria desvanecer. A forma tão afável e delicada, como foi recebida, foi o prenúncio
de que algo não estava bem. O que ouviu de seguida foi tudo menos o esperado.
Trémula e com a voz embargada, ainda tentou questionar, mas
foi em vão, não lhe podiam dar outras respostas, apenas encaminhá-la para o
serviço da especialidade.
Saiu do consultório, as pernas tremiam… o corpo todo… uma mistura
de emoções invadiam-lhe o pensamento, só lhe restava esperar pela consulta da
especialidade.
Se até então, ainda lhe restava alguma esperança, a mesma se
dissipou, jamais imaginaria que pudessem existir numa só doença vários tipos,
para cúmulo a dela é a única que não tem cura, no entanto, como lhe fora dito, sempre
poderia servir de “cobaia”.
Se de rastos estava pior ainda ficou, vai iniciar uma
batalha contra o "inimigo", sabendo de antemão que já está derrotada, contudo,
não baixará as armas… até que "esse" assim o permita!
Mente