Há
uns dias tive uma conversa muito produtiva. Sim, há conversas que são bastante
produtivas, embora não se retirando nada de extraordinário das mesmas, que foi
o caso. Mas, a conversa não foi produtiva pelo discurso filosófico do meu interlocutor.
Mas sim, porque descobri que, de facto, até tenho uma capacidade fantástica de
conseguir estabelecer um diálogo com alguém, que ao fim de longos dez minutos, se tornou em monólogo (a dois)!!!! Pois fiquei completamente “out”, com
o contante pensamento “help I need somebody”, sim! Só me ocorria o refrão da
letra duma música dos afamados Beatles.
Outros
tantos longos minutos passados, dei por mim a “viajar”, esqueci por completo o meu
interlocutor, que pela parca recordação que tenho, até proferia umas frases
pomposas, daquelas, a que quase todos nós recorremos, quando queremos causar
boa impressão, mostrar que afinal até sabemos umas coisinhas, somos cultos, e
que a maioria das vezes desconhecemos o autor, ou pior, não percebemos
patavina do seu verdadeiro significado.
A “viagem”
foi fantástica, recuei no tempo, no tempo em que, outrora, pensava que a vida
tinha muito para me oferecer, que a poderia moldar, e que o futuro era algo
ainda muito longínquo. Para isso bastava ser persistente e principalmente
acreditar. Tudo estava ao meu alcance. Como tinha sonhos… sim SONHOS, e uma
força interior inimaginável, que batalhava para concretizar cada um deles.
O
tempo é célere, foi passando, e essa força, esses sonhos, foram-se desvanecendo
com ele. Como estava enganada! Como fui ingénua! Como não fui capaz de perceber
e permiti que a vida me pregasse essa rasteira!
Ali
sentada, olhando para o meu interlocutor tive a percepção, que os sonhos e a
sua força também tinham partido, mesmo assim, evitou dar o mínimo sinal de tal
partida.
Para
ele foi uma “conversa”, para mim uma “viagem” necessária.
Mente