Estar sozinho é, ironicamente, uma das melhores formas de se
fugir da solidão.
Estar connosco, só connosco, a ouvir o que temos para nos
dizer, a sentir o que temos para nos sentir, a tocar, com as nossas próprias
mãos, os nossos próprios medos, as nossas próprias frustrações, os nossos
próprios pontos negros.
A solidão é, cada vez mais, a incapacidade para estar
sozinho: a incapacidade para nos sentarmos diante de nós, realmente diante de
nós (de só nós), e olharmos e dizermos e fazermos e mudarmos e alterarmos. Sem
dó.
E muito menos com piedade.Pedro Chagas Freitas